Não podemos esquecer do maior desastre ambiental do Brasil!
Há seis anos aconteceu o pior e mais trágico acidente da história da mineração brasileira, quando uma barragem, denominada Fundão, da mineradora Samarco, se rompeu no município de Mariana, Minas Gerais.
A tragédia de Mariana, como ficou conhecida, é considerado o maior desastre ambiental do Brasil, visto que uma onda de lama varreu mais de 600 Km de rios, destruindo mais de 1.000 hectares de mata ciliar, matando toneladas de peixes, muitos animais e pessoas. Além disso, a grande maioria dos sobreviventes ficaram desabrigados, com pouca água potável, comida e muitas dificuldades.
Seis anos depois do ocorrido, algumas notícias foram publicadas na mídia nacional, mostrando que não esquecemos do que aconteceu em Mariana, mesmo porque, não podemos esquecer de uma das maiores tragédias do Brasil. Infelizmente essas notícias não são as melhores possíveis!
O que era temido aconteceu, a mancha chegou ao Arquipélago de Abrolhos, a 250 km da foz do rio Doce. Agora o caso é tratado pela Marinha, e as informações sobre as consequências não ocorrem…
Pois bem, vamos voltar a falar da situação atual da região comprometida. Após um ano do desastre, pouco foram as ações dos responsáveis (Samarco, Vale, Mineradora Anglo-australiana BHP) para melhorar a vida dos atingidos. A principal espera é pela construção do novo povoado de Bento Rodrigues, sendo que essa é uma das principais promessas feita pela Samarco.
Porém, segundo diversos sites (ISTOÉ, G1, UOL) as obras ainda nem começaram, apenas foi feito a aquisição do terreno. Essa reconstrução deveria ser a prioridade dos responsáveis, mas, como sempre, o descaso com a população acontece e nada ocorre com os mesmos.
Apesar de o Ministério Público Federal ter denunciado 22 pessoas das empresas responsáveis pela barragem, que irão responder por homicídio qualificado com dolo eventual – quando se assume o risco de matar, crimes de inundação, lesão corporal, desabamento e crimes ambientais, sabemos que os “poderosos”, como grandes empresas, grandes empresários, políticos e etc. são beneficiados e são pouco afetados pela justiça brasileira, que permite brechas para que esses não sejam responsabilizados como realmente deveriam ser.
Situação da População
Atualmente, os ribeirinhos recebem um auxílio financeiro da empresa Samarco, mas o valor desse auxilio, na maioria das vezes, é menor do que as pessoas conseguiam com seu trabalho, seu artesanato, sua pesca ou com o turismo, que era muito forte nessa região.
Além disso, uma decisão de fevereiro da Justiça Federal, proibiu a pesca na foz, em Regência (ES), porque não havia sido realizado nenhum estudo para dizer se houve ou não contaminação do pescado. E os pescadores que antes praticavam seu trabalho no Rio Doce também não estão pescando, pois houve grande mortandade de peixes e os que restaram, quando pescados, não são comprados pela população, que temem que esses peixes estejam contaminados pela lama.
Isso também ocorre com o comércio de doces e demais alimentos feitos pelas pessoas que ali residem, pois, as pessoas tem medo de comprar por temer que esses alimentos sejam feitos com a água contaminada pela lama que ainda está presente em grade parte no Rio Doce.
Atual situação:
Através desse resumo, fica claro que a situação das pessoas e da área como um todo que foi afetada pela lama da Samarco ainda está precária, sendo que pouquíssimas foram as ações dos responsáveis para tentar, pelo menos, tornar a vida dessas pessoas um pouco mais humanizada. Além disso, as ações ambientais são fundamentais, pois a perda de fauna e flora foi gigantesca. É importante ressaltar também que a justiça deve agir com pulsos firmes contra os responsáveis, pois esse desastre tem valores incalculáveis, não só economicamente, mas também ambientalmente e socialmente falando.
E nós, como defensores do meio ambiente, temos que continuar fiscalizando e cobrando para que esse desastre não seja esquecido e seja um exemplo para as demais empresas, pois esse “acidente” afetou drasticamente a vida das pessoas atingidas e causou mais uma inadimplência ambiental irreparável.