Como resolver o problema das enchentes nas grandes cidades?

MUDANÇAS CLIMÁTICAS E AS FORTES CHUVAS!

Como já sabemos, todo verão o cenário se repete: as fortes chuvas da estação provocam inundações, desmoronamentos e cenas de caos e desespero nas grandes cidades brasileiras. Atualmente, devido as mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global, precisamos estar sempre atentos, pois tais mudanças, provocam chuvas ainda mais intensas e inesperadas que podem ocorrer nas demais estações do ano.

Constantemente ouvimos falar que nosso país é privilegiado por aqui não ocorrerem grandes desastres naturais, como terremotos, erupções vulcânicas e furacões. Outro privilégio do nosso território é a abundância de água, mas as chuvas historicamente provocam as inundações que, com a expansão desordenada das metrópoles, a cada ano causam mais transtornos e danos humanos e materiais.

Já falamos em outras oportunidades sobre os rios “escondidos” de São Paulo, e nesta cidade a geografia que determinou a expansão urbana também determina onde ocorrem os alagamentos. São Paulo está localizada numa bacia hidrográfica, a do Alto Tietê, repleta de cursos e fontes d’água. Como mostramos em outros informativos, a cidade foi construída em torno dos seus rios, primeiramente nas áreas mais altas, com menor risco de inundações.

Mas com a impressionante expansão urbana que levou São Paulo a ser uma das maiores cidades do mundo, com mais de 10 milhões de habitantes, todo espaço disponível foi ocupado, inclusive as várzeas dos rios, os mais conhecidos Tietê e Pinheiros e também o Tamanduateí, o Ipiranga, o Pirajuçara, o Aricanduva e os mais de 300 córregos que cortam a cidade. Os fundos de vale foram em muitos casos ocupados por avenidas, como a 23 de Maio, a Nove de Julho, Bandeirantes, Sumaré, Juscelino Kubitschek e várias outras.

Quando chove forte, a água tem que ir para algum lugar, e o destino final são os rios. As regiões de várzea ficam alagadas, e as ladeiras e fundos de vale viram verdadeiras corredeiras, com enxurradas que arrastam carros e podem gerar vítimas fatais. As casas construídas nos morros e na beira dos córregos podem desmoronar com a força das águas. A impermeabilização do solo, com a terra, que absorve água, coberta por asfalto e concreto, faz a água correr mais rápido e intensamente, piorando a situação.

O que fazer para diminuir os efeitos das fortes chuvas nas grandes cidades? Como cidadão, há muito que você pode fazer, começando por nunca, jamais, jogar lixo na rua, e prestar atenção no destino do seu lixo doméstico. Separar o lixo reciclável e deixar o os sacos de lixo na rua apenas pouco antes do caminhão passar para recolher evitam que se houver uma pancada de chuva inesperada os sacos sejam carregados para as bocas de lobos e bueiros e, além de entupi-los, provocando alagamentos, cheguem aos rios. Na sua casa, mantenha as calhas e ralos sempre limpos e a calçada livre de folhas.

Se você quiser dar uma grande contribuição para evitar enchentes e ainda economizar na conta de água, pode construir uma cisterna, um recipiente no teto de casa que capta e armazena água da chuva, que pode ser usada na lavagem do quintal ou nas descargas dos vasos sanitários, por exemplo.

O Desafio:

Mas o desafio provocado pelas inundações exiges atitudes não apenas individuais, mas principalmente coletivas.

Se o seu bairro sofre com este problema, organizar a comunidade para cobrar do poder público soluções efetivas para as enchentes é a forma mais eficaz de resolver. Estas soluções incluem a limpeza constante de bueiros e bocas de lobo, manutenção dos córregos e suas margens, e à longo prazo, uma melhor organização do espaço urbano, levando em consideração os cursos d’água, criando parques lineares ao longo dos rios para respeitar o espaço que é naturalmente alagável na época de chuvas. Criar e manter áreas verdes na cidade também é muito importante para a melhor absorção da água da chuva, evitando os transtornos.

Enquanto isso, é bom ficar atento para não ser pego de surpresa por uma inundação.