A ação humana sobre o meio ambiente vem promovendo alterações em grande escala há mais de um século. As mudanças climáticas, o aumento da temperatura média da Terra, as alterações nos ecossistemas, a perda da biodiversidade, a ascensão do nível do mar, o desaparecimento de geleiras, a redução das calotas polares e as alterações da disponibilidade de recursos naturais, já fazem parte da realidade de muitas empresas.
Muitas das questões que nos defrontamos hoje, como perda florestal, erosão do solo, eventos climáticos extremos, perda da biodiversidade, também eram existentes no passado. Contudo, a diferença é a escala, a velocidade e a amplitude dos processos, com as emissões de gases de efeito estufa decorrentes da queima de combustíveis fósseis em larga escala.
Hoje temos um consenso global em torno da emergência climática e dos riscos quanto aos efeitos nos ecossistemas e na qualidade de vida humana, tais como disponibilidade de água, produção de alimentos, saúde, biodiversidade, proteção a desastres naturais e emprego, com implicações socioeconômicas e políticas.
Ao longo dos anos as mudanças climáticas globais vêm despertando a preocupação da comunidade científica, da população em geral, de chefes de governo e inspirando uma série de conferências internacionais que mostram a urgência da pauta e na necessidade de tratados mundiais em torno do clima.
Neste sentido, a Organização das Nações Unidas (ONU) vem desenvolvendo diversas Conferências em torno da pauta ambiental e das mudanças climáticas, mais recentemente, em 2021, a COP26.
A 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, conhecida como COP26, ocorreu do dia 13 de outubro até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia.
O encontro contou com a participação de representantes dos 196 países signatários do Acordo de Paris. Entre os assuntos discutidos estão ações de desenvolvimento e preservação do meio ambiente, emissão de gases de efeito estufa e o aquecimento global.
COP26 reuniu cerca de 50 mil participantes online e pessoalmente para compartilhar ideias, soluções, participar de eventos culturais e construir parcerias e coalizões em relação ao clima.
A conferência apresentou anúncios encorajadores. Entre os destaques, líderes de mais de 120 países, representando cerca de 90% das florestas do mundo, se comprometeram a conter e reverter o desmatamento até 2030.
Houve também uma promessa sobre a redução de metano, liderada pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Mais de 100 países concordaram em reduzir as emissões de gases do efeito estufa até 2030.
Enquanto isso, mais de 40 países, incluindo grandes usuários de carvão, concordaram em diminuir o minério, um dos maiores geradores de emissões de carbono.
Cerca de 500 empresas de serviços financeiros globais concordaram em levantar 130 trilhões de dólares – cerca de 40% dos ativos financeiros mundiais – para alcançar as metas estabelecidas no Acordo de Paris, incluindo limitar o aquecimento global a 1.5ºC.
Outro importante acordo foi o compromisso conjunto dos Estados Unidos e da China em aumentar a cooperação climática na próxima década. As nações concordaram em tomar medidas para reduzir emissões de metano e carbono, fazendo transição para adotar energia limpa. Eles também reiteraram seu compromisso de manter viva a meta de 1.5 grau Celsius.
Com relação ao transporte, governos e empresas assinaram compromisso para encerrar a venda de motores de combustão interna até 2035 nos principais mercados em 2040 em todo o mundo. Pelo menos 13 nações também se comprometeram a acabar com a venda de veículos pesados movidos a combustíveis fósseis até 2040.
De forma geral, o texto final manteve referência inédita sobre a necessidade de diminuir uso de combustíveis fosseis, mas grandes consumidores de carvão como a China e Índia pressionaram para atenuar este objetivo.
A Final da COP26 deslancha o acordo climático, mas fica aquém do desafio! A ativista Greta Thunberg afirmou que a COP26 foi blá blá blá, uma expressão que ela tem usado frequentemente para se referir aos acordos feitos por líderes de países para tentar diminuir as emissões de gases que causam o efeito estufa. De acordo com a ativista o trabalho árduo continua fora dos salões e nós nunca vamos desistir!
Referências
BBC News Brasil. COP26: Os principais fracassos e vitórias do acordo final da cúpula sobre mudança climática. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-59274397. Acesso em 18 nov. 2021.
JACOBI, P. R.; GRANDISOL, E.; COUTINHO, S.M.V. Temas atuais em mudanças climáticas: para os ensinos fundamental e médio. São Paulo: IEE – USP, 2015.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Compromissos COP26. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/158590-cop26-e-encerrada-e-texto-final-dita-os-compromissos-dos-proximos-30-anos. Acesso em 18 nov. 2021. ONU NEWS. Perspectiva global de reportagens humanas, COP26. Disponível em: https://news.un.org/pt/tags/cop26. Acesso em 18 nov. 2021.
