NADA SE CRIA, NADA SE PERDE, TUDO…
Você sabe o que são os rios voadores?
“São imensas massas de vapor d’água que, levadas por correntes de ar, viajam pelo céu e respondem por grande parte da chuva que rola em várias partes do mundo.”
O principal rio voador do Brasil nasce no oceano Atlântico, bomba de volume ao incorporar a evaporação da floresta Amazônica, bate nos Andes e escapa rumo ao sul do país. “O vapor d’água que faz esse trajeto é importantíssimo para as chuvas de quase todo o Brasil”.
CORREDEIRA VOADORA
Volume de água que circula pelo céu é similar à vazão do rio Amazonas!
1- O rio voador nasce no oceano Atlântico. A água evapora no mar, perto da linha do Equador, e chega à floresta Amazônica empurrada pelos ventos alísios. Esse blocão de vapor passa rasante: 80% dele voa a, no máximo, 3 quilômetros de altura;
2- A vazão desse aguaceiro aéreo é da ordem de 200 milhões de litros por segundo (similar à do rio Amazonas), fazendo da Amazônia uma das regiões mais úmidas do planeta, além de provocar as chuvas que desabam diariamente por toda a região;
3- Enquanto passa sobre a floresta, o rio voador praticamente dobra de volume. Isso ocorre porque, ao absorver mais radiação do Sol do que o próprio oceano, a mata funciona como uma gigantesca chaleira, liberando vapor com a transpiração das árvores e a evaporação dos afluentes que correm no solo;
4- No oeste da Amazônia, a massa de umidade encontra uma barreira de montanhas de 4 quilômetros de altura, a cordilheira dos Andes, que funciona como uma represa no céu, contendo a correnteza aérea do lado de cá;
5A- Boa parte do vapor fica acumulada nos próprios Andes, sob a forma de neve. Ao derreter, essa água desce as montanhas, dando origem a córregos que, por sua vez, formarão os principais rios da bacia Amazônica, como o Amazonas;
5B- Nem todo vapor que encontra os Andes fica por ali. Cerca de 40% dessa cachoeira celeste segue rumo ao sul. A umidade passa por Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, terminando a viagem no norte do Paraná, cerca de seis dias depois;
6A – Enquanto flui em caudalosos veios rumo ao mar, muito da água proveniente dos rios voadores é absorvido pela floresta. Quando transpiram, as árvores então liberando esse líquido em forma de vapor, fechando o ciclo que novamente alimentará a corrente no céu;
6B- Por fim, o rio voador cai em forma de chuva. Mais da metade da precipitação das Regiões Centro-Oeste e Sudeste vem dos rios aéreos da Amazônia. Além desse veio principal, outras 20 correntezas cruzam o céu do país, carregando um volume de água equivalente a 4 trilhões de caixas-d’água de 1 000 litros.
Pois bem, como sabemos o desmatamento da Amazônia, que em sua maior parte deve-se a posses e destruições ilegais de enormes áreas de florestas, transformam-se em latifúndios onde principalmente a exploração da madeira e do gado prevalecem.
E para onde vai a maior parte desta produção? Para as regiões Sul e Sudeste que estão sendo castigadas com as estiagens. Resumindo, fomentamos um ciclo econômico que secam nossos preciosos reservatórios e rios que nos abastecem, geram energia e mobilizam as respectivas cadeias produtivas.
Por meio destas constatações podemos propor uma reflexão sobre nossos hábitos de consumo e a importância dos recursos naturais onde nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
“Vamos revitalizar os rios?”