Qual será o futuro dos nossos recursos hídricos?

Água um recurso finito

Começando mais um ano de 4.573 milhões de anos da formação do nosso planeta, propomos a reflexão sobre o grande privilégio da vida que só é possível por haver água líquida em abundância na Terra, mas saiba que este bem precioso, como tudo que existe no universo é finito.

Biólogos acreditam que não há vida, pelo menos não tal qual a conhecemos, sem o elemento água. Por isso, astrofísicos buscam por água líquida no universo, indicação de algum tipo de organismo vivo. A água é fundamental em processos de sobrevivência, como a fotossíntese e a conversão de alimento em energia. No corpo de humanos, representa cerca de 60% da composição.

O crescimento da população mundial, das metrópoles e os hábitos de consumo, estão cada ano mais intensos, e consequentemente seus impactos, onde dentre outros recursos naturais, a água mesmo sendo fundamental para a existência e manutenção da vida, vem sendo desperdiçada e poluída, sem os devidos cuidados, como se não dependêssemos dela. É uma atitude irresponsável, atalho para cenários catastróficos.

Bem menos de 1% de toda a água do mundo é potável e de fácil acesso. Se depositássemos em um copo as reservas salgadas e doces, o que realmente aproveitaríamos se limitaria a uma gota de água. E ainda tratamos com desdém o que temos.

Uma pesquisa da WWF, o Fundo Mundial para a Natureza, mostrou que, entre os brasileiros, 95% dizem conhecer como se poupa o líquido, com banhos mais rápidos e mais espaçamento na lavagem de carros. E, no entanto, 48% nada fazem para gastar menos. Outros 68% veem no desperdício a causa de racionamentos. É o velho “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.

Além de desperdiçarmos, somos descuidados com o que possuímos. Levantamentos da ONU evidenciam que 1.500 quilômetros cúbicos de água são poluídos todos os anos, seis vezes o que se tem armazenado em todos os rios. A cada dia, 2 milhões de toneladas de lixo são descartadas em reservas.

Bacia do alto Tietê

Esses números demostram, de forma cabal e inequívoca, a importância que devemos dedicar para a preservação da quantidade e manutenção da qualidade da água de nossos rios, em especial em regiões do país submetidas à condição de escassez hídrica, caso típico da Região Metropolitana de São Paulo, a maior do Brasil e responsável pela geração de aproximadamente 20% de seu PIB.

Os limites geográficos da RMSP estão bem próximos daqueles que delimitam a Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, sendo que o rio atravessa a cidade de leste a oeste numa extensão próxima de 30 quilômetros, a chamada Marginal Tietê e em todo esse percurso recebe uma grande quantidade de esgotos domésticos não tratados, o que eleva brutalmente seu nível de poluição, transformando-o em boa parte do ano numa verdadeira cloaca a céu aberto.

Em situação não diferente, encontram-se vários dos córregos e rios que nele desaguam, muitos deles na chamada condição de rio morto, com índice de oxigênio dissolvido igual a zero.

Um exemplo maior dessa condição deplorável pode ser observado no rio Pinheiros, o bucólico rio que no início do século passado era utilizado até como piscina pelos clubes e como área de lazer pelos habitantes mais próximos de suas margens, nos 25 quilômetros de extensão que atravessam a cidade de São Paulo.

São várias as razões que explicam essa degradação durante os 100 anos passados e que não serão abordadas por este informativo cujo foco maior será o futuro, ou seja, a anunciada despoluição do rio através do projeto batizado pelo atual governo como “Novo rio Pinheiros”.

Alguns dos resultados propostos são audaciosos e para conquistá-los, entendemos ser necessário a participação de toda a sociedade por meio de um ambicioso programa de conscientização sócio ambiental. Acreditamos no implemento de condições de navegabilidade, permitindo transporte de cargas, passageiros e até turismo.

O projeto “Novo Rio Pinheiros” também propõe o aproveitamento, precedido por adequações e grandes melhorias, de edificações já existentes no leito do rio, a exemplo da chamada Usina Elevatória de Traição. Serão criados espaços onde estarão disponibilizados diuturnamente serviços e lazer para a população, tais como restaurantes, bares, lojas, casas de espetáculos e outras instalações. Como o caso de sucesso internacional, o complexo de Puerto Madero em Buenos Aires.

A população almeja a anos que o rio Pinheiros alcance, paulatinamente, níveis mínimos de adequação das suas águas, possibilitando uma efetiva convivência e integração dos paulistanos com tudo aquilo que o rio pode oferecer.  E ninguém pode criticar iniciativas que conduzam com responsabilidade e seriedade o atingimento desses objetivos.

Nós do Instituto navega São Paulo, parceiros do governo e iniciativa privada, acreditamos que juntos com você poderemos resgatar a identidade, qualidade das águas e as múltiplas funções do nosso Rio Pinheiros “Viva o Rio Pinheiros”.

Carta da Terra – Princípios

“Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.”

INSP

Uma grande expedição que a partir de um barco, navegando em um rio esquecido, busca uma nova cidade, mais humana, com menos desigualdade social e com mais qualidade de vida, onde a sustentabilidade é uma coluna fundamental da nova estrutura social que juntos acreditamos poder conquistar